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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Livro #54 - "A Rapariga que Roubava Livros", de Markus Zusak

Há uns anos atrás, quando o filme saiu, lá o fui ver e quando peguei neste livro ... não me lembrava de nada do filme, mas até foi algo bom, porque, para além de saber que se passava na II Guerra Mundial e que era sobre livros, fui quase que às escuras para esta leitura.
Achei imensa piada o livro ser narrado pela Morte, mas achei um pouco estranho o fascínio que ela tem pela Liesel.
Já há algum tempo que tenho vontade de rever o filme e achei que seria fantástico ler o livro antes, porque, tendo em conta que não me lembro de quase nada da história, seria como ser apresentada à história pela primeira. E não, ainda não revi o filme, mas está na lista de coisas a fazer brevemente.
Não sei porquê, mas achei a personagem principal um pouco "apagada", mas com o desenrolar da história e com um narrador algo hilariante (Morte, és mesmo tu?), rapidamente fui esquecendo esse pequeno pormenor e até eu fiquei fascinada com a Liesel.
Apesar dos seus momentos tristes (e acreditem que são muitos), não consegui deixar de ver esperança na humanidade. Estamos a meio de uma guerra terrível, a própria Morte diz que não tem mãos a medir, mas mesmo assim temos um pai adoptivo a ensinar uma rapariguinha a ler e temos um casal a deixar que ela lhes roube livros para ela ter acesso à literatura.
Odiei o final, mas por ser triste, apesar de saber que provavelmente seria aquilo que aconteceria caso a história fosse verídica.
Na minha opinião, quem gosta de livros tem que, obrigatoriamente, ler este livro. Primeiro por ser um livro sobre livros, e segundo, porque demonstra o quão importante os livros são, mesmo numa situação tão trágica como os tempos da II Guerra Mundial eles foram capazes de dar esperança a uma rapariga que perdera tudo.


Sinopse:
Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em "A Rapariga que Roubava Livros", vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra.
Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura.