A única coisa boa a retirar da minha viagem é isto.
A vida não acontece simplesmente. Não podem sentar-se no banco de um parque e esperar que coisas fantásticas passem por vós tipo tapete rolante. A vida é o que vocês fazem dela. A minha não ficou mais interessante porque fiquei bonita ou fiz amizade com os miúdos populares. Não teve nada que ver com isso.
Ficou interessante porque, pela primeira vez, eu investi de facto nela.
E sim, fiquei com um bom corte de cabelo. Mas é tão mais do que isso. Podem tirar-me essas coisas e nem quero saber. Porque aprendi a investir e a deixar as pessoas entrar na minha vida. Isso não tem preço. Isso é que é importante.
Quis redenção - era a minha preocupação. E, como acontece sempre com a redenção, encontrei-a através do amor.
O amor, como sempre, tudo se resume ao amor. Temos de amar. É o único caminho.
Amor pela vida. Amor pelos outros. E, mais importante, amor por nós mesmo.
Eis o que se passa. Já não me interessa se sou interessante ou não.
Estou farta da obsessão da minha geração em deixar uma marca no mundo, com as competições habituais de quem-é-o-melhor-na-vida.
Durante anos só queria ser relevante. Provar a minha existencia. Fazer com que valesse a pena ouvindo forças externas a validar-me. A dizer-me que era importante.
Ser-se interessante não é importante. Mas ser feliz, sim. Assim como sermos alguém de que nos possamos orgulhar.
Agora posso desaparecer na obscuridade, mas ao menos sei quem sou, gosto de quem sou e sou feliz. Podem dizer o mesmo? Se não, porquê?
Porque, no seu leito de morte, as pessoas nunca dizem: "Quem me dera ter deixado uma marca no mundo." Dizem antes: "Onde estão as pessoas que eu amo? Posso vê-las uma última vez?"
Escolham a vida. Escolham o amor.
E lembrem-se sempre de viver."
Citação retirada de: "Manifesto de Como Ser Interessante", de Holly Bourne