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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

first steps ...

Recentemente fiz um exercício numa das sessões de psicologia que me ajudou imenso, não só na minha maneira de pensar mas também de ver as pessoas à minha volta.
Algo que me "prende" bastante é a preocupação de como as outras pessoas me vêem e esse exercício é centrado nisso mesmo.
Consiste em pedir a alguém ou a um grupo de pessoas para escrever um pequeno texto referindo qualidades e defeitos que elas vêem em nós. 
Parece algo fácil mas emocionalmente não o é, especialmente se não estivermos preparados para o que vamos ler e não estou apenas a falar da parte dos defeitos. A nível de defeitos estava bastante preparada, mas as qualidades foram o mais difícil para mim, talvez porque nunca pensei que as pessoas se apercebessem como sou. Quer dizer, eu tenho, de alguma maneira, tentado esconder quem sou perante as pessoas e saber que elas me conseguem conhecer tão bem ao ponto de fazerem com que chore baba e ranho ao ler os seus texto é realmente uma façanha. 
Nos textos as pessoas disseram , em relação a qualidades, que me viam como alguém:
- "bastante paciente"
- "com bom senso"
- "bom sentido de humor"
- "é das pessoas mais leais que conheço"
- "nunca me deixou ficar mal ou me negou ajuda"
- "sempre deu oportunidade as pessoas"
- "se eu alguma vez pedir alguma coisa (...) ela muda os planos por mim e me ajuda."
- "é das pessoas mais criativas que conheço"
- "consegue-se falar com ela sobre tudo"
- "não é de muitas palavras mas sei que o que eu precisar posso contar com ela"
- "apesar do feitio dela, encontrou força suficiente para mudar a vida dela"
- "honesta"
- "culta"
- "sensível"

Em relação aos defeitos não foi tão difícil de os ouvir porque eu própria sou a primeira a apontá-los e reconhece-los. Mas mesmo assim foi espantoso ver que as pessoas, tal como eu, vêem que sou:
- "muitas vezes não dá a sua opinião aos outros para não os magoar ou, pelo menos, com medo de os magoar"
- "céptica, pois não acredita nela"
- "reservada demais"
- "tem poucos amigos, devido a situações passadas"
- "introvertida"
- "não se dá a conhecer a muita gente, na verdade, acho que poucas pessoas conhecem a verdadeira Diana"
- "teimosa"

Com isto aprendi que não é fácil ver-nos pelos olhos dos outros, é algo bastante emocional. Claro que apenas pedi as pessoas mais próximas de mim ... isto não funciona se formos pedir ao senhor da mercearia para nos descrever. 
Mas eu tenho uma ideia absurda do que as pessoas á minha volta pensam de mim (muitas vezes penso que as pessoas me devem de julgar uma burra de primeira porque mal abro a boca para opinar sobre o que quer que seja) e ao ler os textos apercebi-me que mesmo no meu silêncio as pessoas que me são mais queridas conseguem ter uma noção de quem sou e das minhas dificuldades. 
A verdade é que a minha família não é muito dada a falar de sentimentos e no fim de semana a seguir á leitura dos textos, eu, a minha prima e a minha irmã falamos de sentimentos normalmente, como uma família normal o faria (não que a minha família seja anormal).
Tendo lido os texto pareceu que uma onda de confiança me invadiu ... eu, alguém incompreendido, quase como que a ovelha negra da família, tenho alguém que me conhece a dar apoio, mesmo quando pensava que estava nesta aventura sozinha. Agora posso continuar a ser a ovelha negra da família mas sei que tenho um grupo de ovelhas tresmalhadas atrás de mim. E não me posso esquecer dos meus amigos, aquelas pessoas que eu pensava que não conheciam a verdadeira Diana e afinal eu é que estava errada no meu pensamento deles. 
Em suma ... aconselho vivamente a toda a gente a experimentar este pequeno exercício e quando forem ler os textos certifiquem-se que têm uma caixa de lenços ao lado.