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domingo, 25 de outubro de 2015

Do more of what makes you happy.

Antes de Mais quero pedir desculpas pela ausência de post não relacionados com livros, mas tenho andado a concentrar-me num projecto pessoal do qual falarei mais a frente.
Como disse recentemente (aqui) comecei a fazer terapia.
Não é algo novo para mim porque há uns anos atrás ia com alguma frequência a uma psicóloga. Sempre tive tendências anti sociais e depressão (pode quase dizer-se que a parte da depressão é hereditária) mas também sempre tive consciência disso e quis melhorar.
Este ano as mudanças foram tantas e de tal maneira stressantes que vi-me novamente no limiar da insanidade e com "aversão ao ar livre". Volta e meia começava a chorar, ora porque tinha pensamentos impróprios, ora sem motivo nenhum. E para além disso tudo comecei a notar algo de diferente: ataques de pânico quando saia de casa.
Na maioria das vezes conseguia disfarçar. Bastava colocar um sorriso e estava tudo bem, mas os pensamentos isso já era outra história. O problema começou quando esses ataques de pânico começaram a evoluir. Passou de algo psicológico para algo físico e chegou a um ponto em que tive que dizer que chegava e que estava na altura de tratar disso de uma vez por todas.
Quando comecei a ir a esta nova psicóloga mal sabia eu onde me estava a meter.  A minha anterior psicóloga era uma pessoa a quem eu me dirigia uma vez por mês para desabafar e juntas encontrarmos uma solução para os meus problemas. Hoje em dia apercebo-me que isso era apenas pensos rápidos a estancar o sangue de um corte profundo.
E foi assim que fui parar à Oficina da Psicologia. Uma vez por semana lá vou a uma consulta e de cada vez que lá vou é tipo escavadora ... cavar e cavar até encontrar a origem do problema, onde tudo isto começou.
Sei que não vou curar estes problemas do dia para a noite. Sempre que tenho que sair de casa os suores começam, os pensamentos negativos aparecem e a vontade de dar meia volta e voltar para a segurança de quatro paredes é enorme.
Sei que vou sempre escolher o ficar em casa em vez de ir aqui ou ali.
Mas a verdade é que o problema não está apenas aí.
Como toda a gente, cresci, evoluí, amadureci ... chamem-lhe o que quiserem. Sempre gostei de pensar que tinha complexo de Peter Pan e a verdade é que até certo ponto isso está certo. Mas para desenvolver esse complexo tenho que falar do meu porto de abrigo: o meu quarto.
O meu quarto sempre foi um local sem lógica. Ao lado de um poster de uma banda teen qualquer estava um exemplar de "Os Miseráveis" ... dá para ter uma ideia, certo? Ah, e de uma ponta à outra do quarto as paredes estavam revestidas de posters, o que fazia com que se visse o cimento debaixo da tinta de tanto troca e não troca posters. Era um quarto tipicamente geek, à là teen americano onde eu "vomitava" os meus gostos.
Com esta nova fase e todas as mudanças na minha vida, o meu quarto deixou de ser o meu porto de abrigo e passou a ser um local estranho, desinteressante e ao qual eu já não pertencia. A minha tendência de mudar constantemente a composição do quarto também ajudou à festa e na semana passada deparei-me, não sei bem como, a colocar tudo em caixas e a mudar as coisas para o escritório. Quando me apercebi do que se estava a passar fui falar com o meu pai e acabei por ir comprar tinta para as paredes e no dia seguinte lá estava eu a lixar paredes.
Confesso que começou tudo como apenas uma mudança de design e, na minha inocência, apenas mais um dos meus ataques de vaidade pelo dito espaço. Quando dei por mim a lixar aquelas paredes fui, aos poucos, apercebendo-me que não era bem assim. Aquilo estava a tornar-se numa espécie de terapia e um reflexo do que estou a mudar.

Durante anos (muitos anos mesmo) o meu quarto sempre esteve coberto de posters, sempre a dar a impressão que era habitado por uma adolescente mas esses anos já vão longe e apesar de me manter a mesma geek de sempre, sempre com o espirito Peter Pan presente, a verdade é que mudei e com isso também os meus gostos e maneira de pensar mudaram e não tenho que ter um quarto, um porto de abrigo, onde esses gostos e afins estejam estampados na paredes (ainda uso meias dos Super Homem ... especialmente umas que têm uma mini capa e pareço o mensageiro dos deuses com as suas sandálias com asas).
E esse tem sido o meu projecto na última semana. Ainda está longe de terminar, mas aos poucos vai-se tornando naquilo que quero e quando terminar mostro o resultado final (sim, porque se eu soubesse que se ia tornar numa sessão terapêutica teria tirado uma foto antes de tirar os posters e afins) .
Noutro assunto que tenho andado a pensar imenso é no mundo do anime, mais nomeadamente no cosplay.
Eu sei que tinha dito (aqui) que iria fazer as coisas por etapas, mas a verdade é que cada vez mais a vontade de fazer cosplay é enorme e a perda de peso está a ir vagarosa (sem tempo para o ginásio, a única solução neste momento é mesmo á base da alimentação saudável, mas isso é bastante limitado no que diz respeito a perda de peso sem a ajuda do exercício).
Inicialmente pensei em ir ao Iberanime, mas sem companhia torna-se dificil ir onde quer que seja e neste momento pagar 17euros para ir a um evento é um bocado puxado, o mesmo no que diz respeito a Comic Con. E, sem contar, acabei por tropeçar na solução.
Invasion Of The Soul Society. Neste momento estou a terminar de ver Bleach e pensei cá para mim "tu tens o fato de shinigami, fogo, tu até tens um cosplay completo de Matsumoto" ... sim, verdade e ainda por cima é cá no Porto, é de graça, tens companhia ... porque não?
E sim, eu tenho o cospay completo de Matsumoto, mas não tenho confiança alguma para voltar a andar com aquele decote ... heck, eu já nem tenho aquele decote.
E aí começou a minha procura pela personagem ideal. E foi então que cheguei á Isane:

Eu gosto da personagem. Discreta e tal ... que eu saiba não deve de haver muitos cosplayers a fazer ... e pronto, foi simples.
Eu sei que é batota, mas o evento é apenas em Dezembro, até lá muito acontece e agora que o projecto do quarto está a terminar vou ter mais tempo livre para ir ao ginásio.
A vida é cheia de altos e baixos e nós apenas temos que aceitar isso. Neste processo todo apercebi-me que as coisas começam a correr bem a partir do momento em que aceitamos isso.
Ainda tenho muito caminho pela frente, mas, finalmente, sinto que é o correcto.
E num próximo post falarei de um exercício que fiz numa das consultas e que ajudou imenso a mudar um pouco a maneira como encaro a vida.